Então ela sentiu saudades dela mesma. Porque não conseguia ao menos se lembrar como era sorrir sendo ela.
Nem chorar. Não como antes.
Faltava poesia, cor, cores.
Faltava. E ela não queria mais faltas e ilusões.
Ela não queria mais. Ela queria muito mais.
Queria a palavra "extraordinário". Por quê não?
Queria a vida extraordinária. Merecia.
Só não sabia como. Mas sabia possível.
Pensava possível.
Precisava acreditar.
Acreditar que seu pretérito perfeito pudesse transformar-se num belíssimo futuro do subjuntivo.
Com mais poesia, claro!