quarta-feira, 9 de maio de 2012

Eu era lua cheia.
De cantos, amores, risos... cheia de cores.
Era.
De tanto minguar, acostumei.


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Da nossa conta

Declarar homens e mulheres como sendo iguais é, antes de tudo, negar o óbvio: somos DIFERENTES. Geneticamente e socialmente. Fato percebido por muitos de nós desde a pré-escola, quando se aprende que meninos têm "piu-piu" e meninas têm "perereca". Nossa primeira grande descoberta sexual, eu diria.
E é ai que tudo começa. Na verdade, se estende. O começo mesmo é pré histórico... Milênios e milênios que nos tornaram o que hoje somos: esses seres evoluídos (alguns nem tanto!).
Talvez nem fosse necessário, mas alguns estudiosos chegaram à essa mesma conclusão, percebida à olho .
Fazendo um panorama da evolução da espécie, podemos perceber que algumas coisas não mudaram e não mudarão.
Eu explico!
Desde a era das pedras os homens têm um papel diferente das mulheres na sociedade. Quando ainda nem se sonhava com o capitalismo e com essa modernidade toda que confunde até os olhos da gente (às vezes vemos uns seres tão estranhos na rua que não sabemos ao certo a que gênero pertencem), os moçoilos, que ainda não tinham carteira assinada, fgts, férias, 13º salário, etc. tinham que ir à caça em busca do alimento que sustentaria sua família. Nessa mesma casa, a mulher era quem cuidava da difícil tarefa doméstica. Daí a visão do homem alcançar mais longa distância e a mulher possuir uma excelente visão periférica. Ele precisava ver a presa, ela precisava ver o que se passava nos arredores do lar. Isso sim é herança-genética-pré-histórica.
E por quê é assim e não ao contrário??
Vamos lá: porque a natureza, ou Deus, Buda, oxalá, ou quem quer que seja quis assim.
Convencido? Não, ? Nem eu.
Cientificamente existe uma coisinha que faz toda diferença aqui dentro da gente! E não é a alma nem a tal essência de cada um. É bem mais simples! Chama-se hormônio. Mais precisamente testosterona. Essa maravilha que atribui tantos bons quesitos aos cuecas de plantão! É ela a responsável pelo desenvolvimento e manutenção das características masculinas normais, e, também, importantíssima para a função e o desempenho sexual normal! Ulalá!
É bem verdade que nós, mulheres, também dispomos dessa maravilha, só quem em quantidades quase trinta vezes menores. Por isso tem esse papel determinante na diferenciação entre os sexos.
Tá, e o que esse blá blá blá todo quer dizer??
Quer dizer que, além de garantir a eles uma maior massa muscular em relação a nós (que, por isso carregamos solenemente nossas celulites e gordurinhas), garante também essa agressividade que, por vezes, nos encanta no sexo oposto. Não a agressividade de uma briga, mas aquela de proteger a cria, a fêmea, a casa...
É certo que em dias de hoje encontrar um homem que troque uma lâmpada já é praticamente ganhar na loteria, quiçá defender essas coisas todas.
Desde que as visionárias e revolucionárias mulheres apareceram que vivemos nessa inversão de papéis e valores.
Ok, vamos com calma! Sou super a favor de sermos todos tratados como iguais, mas respeitados enquanto diferentes!!
Dizer que somos iguais é moleza. Difícil é olhar em volta e ver que no mercado de trabalho ainda não somos essa Brastemp! E não preciso ir muito longe, em um dos meus trabalhos vejo um homem e uma mulher ocuparem o mesmo cargo e, pasmem, ele ganha mais. Mas a moça do sexo frágil é quem, de longe, executa melhor a tarefa. Preconceito?
Não! Realidade!
Dizer que somos iguais é ignorar todos os mimos que nós, mulheres, fazemos para agradar a esses homens de neanderthal que, na maioria das vezes, nem percebem.
Unhas, cabelo, buço, maquiagem, lingeries (que chegam a custar o preço de um aluguel), depilação, sapatos, roupas, acessórios... Ou vocês acham que a Gisele Bündchen acorda daquele jeitinho do comercial e só usa pantene nas madeixas? Lêdo engano! No fantástico-mundo-das-mulheres-mais-lindas-e-disputadas-do-mundo tem muita Lancôme, La Roche Posay, Mac, Yve Saint Laurent e uma infinidade de outras coisitas que nos fazem rir da cara da Penélope Cruz no comercial da Loreal, enquanto ela diz: "eu sou como você"! Desesperador! rs
Tudo isso para vocês desfilarem com suas bermudas estampadas e blusas quadriculadas (quanto bom gosto, quanto trato!), mas ostentando uma bela presa feminina à tiracolo.
É, meus caros, tudo isso é bom, mas custa dinheiro, tempo e sofrimento! Sim, experimentem a sensação de uma cera quente em suas virilhas! É, talvez não seja mesmo necessário, mas encarar a mata amazônica ninguém quer!
Experimentem se vestir melhor, combinar ao menos a camisa com a bermuda! Difícil, não?
E as unhas?? Feitas, talvez nem sejam notadas... Mas se a cutícula estiver parecendo um champignon, leva logo um "tá parecendo uma lavadeira" na lata. Já passei por isso!
É...é difícil ser mulher!
E é mais difícil ainda quando o cidadão (aquele, de blusa xadrex e bermuda estampada) sugere que, além das contas de casa - água, luz, aluguel, gás, condomínio... etc - você ainda rache a continha do restaurante com ele.
R$ 47,90 pra cada! Ui!
Resumo da ópera: temos que estar impecáveis, cuidar de casa, sim, porque as tarefas domésticas, em sua maioria, ainda continuam explicitamente sob nossa responsabilidade, e ainda rachar a conta do restaurante?? Será que não merecemos que nos paguem nem uma pizza e um chope?
Isso me lembra um trecho de um poema da Elisa Lucinda (Aviso da Lua que menstrua):
"...e você chega com a mão no bolso, julgando a arte do almoço?? Eca! Você, que não sabe nem onde está sua cueca?"
Ah, meus caros... Onde está o romantismo? O Cavalheirismo, a delicadeza, a cortesia??
Eu sou mulherzinha mesmo. Gosto de saber que ao meu lado tem um cara valente, um cara que banque a situação ( não confunda com me bancar, isso eu faço muito bem, obrigada!).
Homem pode sofrer, pode chorar, mas tem que ter postura de homem, de predador!
Que discurso machista, não??
Não mesmo, todas as mulheres esperam isso de seus pares. Afinal, o sexo frágil somos nós!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

...Porque que ando sentindo uma saudade imensa de coisas que eu nunca tive...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pensamento solto

Eu ando por ai distribuindo sorrisos e mostrando uma alegria que nem sei de onde vem. Talvez do descontentamento de saber-me triste.
Sorrio, porque é a melhor maquiagem. E não custa nada. E funciona.
Eu mesma acredito na minha felicidade quando me olho no espelho.
À noite, uso todo tipo de creme.
Para os olhos, para o rosto, para as mãos... gel nos dentes...
Mas para tristeza não tem receita de uso tópico.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Então o menino tinha receio de dizer o que queria...
Assim, mocinho, ela não pode te ajudar.
Ela é decidida demais para ficar entre parenteses, entre aspas, entre homens.
Ela é grande demais para a pequenez de uma incerteza
Um medo
Uma cautela
Ela vai. E quer quem vá com ela
Sem cara pintada, sem medo, sem perguntas
Sem respostas, até
Ela gosta de quem vai de peito aberto
Sentindo a alegria do hoje, do agora, do instante-já
Ela sonha com aquele que anda na chuva
E gosta de correr sentindo o vento no rosto
E quer cachorros, jardim, árvore com frutas - como ela
Sonha com o moço do sorriso nos canto dos olhos
Da poesia dos dias cizas
Das alegrias simples...
O moço do verbo fazer
Do verbo amar
Do verbo se doar
Sem o famoso pé atrás
Sem "mas"
Quer um ano com estações primavera
Todos os dias de cor azul
Sol
Uma bicicleta
E um moço
De sobrenome atitude.

Das tristezas do caminho

Ontem dei uma revirada na minha caixa de lembranças e recordações. Para a minha surpresa me deparei com o cara pelo qual me apaixonei, ali, em um envelope branco, com linhas mal traçadas e com código postal de um país tão distante... Tão distante quanto você está agora.
Engraçado que nas minhas lembranças do lado de fora da caixa, já não encontrava você assim, tão terno, tão doce, tão carinhoso, tão perto (que ironia!)...
É como se fizesse muito, mas muito tempo da data da carta. E, na verdade, não faz. Faz muitas história, muitas brigas, muitos "eu te amos", mas tempo mesmo, quase nada...
Nessa viagem ao fundo da caixa, encontrei outra coisa que me deixou muito "perturbada", encontrei amor ali, sim, amor, de verdade (será?), daqueles bem cafonas, que diz coisas piegas sem medo do ridículo, com versos rimados, cartãozinho romantico e cheirinho de perfume borrifado na carta, pode isso?
Encontrei o motivo que procurava. O motivo por eu ter me entregado, por eu ter acreditado, por eu ter fechado os olhos e aberto o coração. Eu não estava sozinha. Ou, pelo menos, não parecia estar. Não naquele exato momento, em que meu coração sangrava e estava tão apertado quanto um nó na garganta.
Depois parece que o tempo acabou dando um jeito nas coisas do lado de lá... Mas o lado de cá ficou do mesmo jeito. Porque, no fundo, gostava de sentir saudade, de amar, de esperar (porque alguém, em algum lugar, havia dito que "quem espera sempre alcança") e esse coração, meu deus!, precisava alcançar! Precisava que aquele amor todo que foi prometido de tão longe, estivesse um dia perto. E bastava esperar (pensei), foi o que fiz. E, honestamente, não me arrependo. Teria esperado de novo, e de novo, e de novo.
Futucando bem, lá atrás, também encontrei resposta para a pergunta que vive martelando na minha cabeça: "onde foi que eu errei?", e, mais uma vez, encontrei a resposta: eu não errei. O verbo foi outro, eu Amei. "E amei, ai de mim, muito mais do que devia"...
Não fui correspondida, paciência! Não fui correspondida, mas meu amor foi posto à prova. Acusaram-no de interesseiro e oportunista! Logo ele, tão imaturo, tão inocente. Como se o "objeto" de dedicação não fosse digno de ser amado. Foi talvez a primeira crueldade na nossa história. Até mais cruel que "o destino" nos separar. Não estava preparada para aquilo. Mas, como sempre, encarei de peito aberto e sem deixar a peteca cair... Acreditava em uma coisa maior.
Acredito em uma coisa maior. Sim. Ainda.
Encarei porque amor, pra mim, é decisão. E eu tinha decidido amar.
Você ama por decidir amar. Decisão equivale a "eliminar todas as outras alternativas". E eu fui eliminando, uma a uma(talvez não tivessem sido tantas, em uma única mão podia-se contar, mas eram ótimas alternativas).
Amor é algo prático, amor é ação.
Não adianta amar alguém e não fazer nada.
Não quero levantar bandeiras ao meu favor, mas eu amei. Amei e agi. Aos poucos fui me moldando ao que você achava ideal, ao que você queria que eu fosse. Perdi meus defeitos mais puros, porque você não gostava deles (tudo isso foi inconsciente, ou tentou ser). De tudo o que fui e que te incomodava, sobrou apenas o que você chama de ciúmes. Hoje sei que não passou de insegurança. E quando você disse que seu coração estava fechado, eu não apenas soube, eu tive certeza. Nesse momento eu tive milhões de certezas que antes eram apenas especulações.
Tive certeza que nos momentos em que me senti sozinha, não estava louca, estava sozinha mesmo. E que a falta de um cafuné, um afago, um elogio, não era a sua "maneira de amar", era falta de amor mesmo. E que não andar de mãos dadas na rua, não viajar sozinhos pro cú do mundo, não receber flores em datas comemorativas, era só o seu jeito de ser... Mentira... Era o seu jeito de não me amar e de dizer em caixa alta EU NÃO TE AMO. Meu deus!, onde eu estava que não vi isso? Talvez a falta dos óculos não me deixasse enxergar as coisas como elas são. Benditos óculos que agora me fazem ver.

Do príncipe ao fim

É que eu te encontrei ali, caido no chão, feito brinquedo velho que criança não quer mais.
Feito lixo mesmo, que adulto joga fora e nem quer saber pra onde vai. E eu não quis também.
Queria um outro brinquedo. Já tinha dona.
Mas eu passava por aquele canto e sempre te via ali, jogado, me olhando, como cachorro que a gente acha na rua e vem seguindo a gente, pedindo abrigo, amparo, carinho.
Um dia eu resolvi pegar. E meu coração não pegou o brinquedo velho da criança ou o lixo do adulto que não quis mais.
Meu coração te pegou feito presente. Desses que a vida dá pra gente e a gente tem que cuidar.
E foi o que fiz. Te cuidei. Segurei o seu coraçãozinho com as mãos e fui colando caquinho por caquinho, e eram tantos!
Quando achei que já estavam todos colados, olhei com orgulho e sorri. Feliz, por querer exatamente aquilo que eu tinha: você.
Segui sorrindo por algum tempo. Mas o tempo mesmo veio apagando esse meu sorriso. Você foi roubando as minhas cores, as minhas alegrias, o meu brilho no olhar...
E eu pensava, ainda, que poderia reverter a situação, afinal, achei você feito criança desamparada, abandonada, te dei carinho e abrigo aqui no peito, isso devia valer alguma coisa.
Achava que com amor e lápis de cor podia mudar o mundo.
Mas mais uma vez o tempo me mostrou o contrário.
Quando olhei de novo aquele coração que eu havia colado - tão bem!! eu pensava - ele estava cheio de arestas e farpas.
Quando me olhei no espelho, eu estava cheia de arranhões e machucados e farpas e edemas...
E minhas mãos sangravam e meu corpo estava em carne viva.
Eu sentia, claro, mas ainda não tinha enxergado.
Estava tão preocupada em curar as suas feridas, cuidar de você, que não percebia que cada abraço, cada carinho, cada afago que eu fazia pra te curar, era a mim que eu estava machucando.
E eu fui te cicatrizando e me ferindo, como o rolxinol, do Oscar Wilde, que canta com espinho cravado no peito para tingir, com seu próprio sangue, a rosa de vermelho.
Hoje eu colo o meu próprio coração, e, com lápis de cor e o amor que eu aprendi na vida, eu continuo a minha jornada. Não pretendo apagar as marcas do que me feriu.
Vou adiante com minhas cicatrizes, são a mais doce lembrança do que fui.
Sigo.
Sabendo que tudo se cura com hipoglós, merthiolate, sonrisal e algumas palavras doces.
Doce.
Um bom filme.
Bons amigos e chá.