sábado, 20 de março de 2010







A menina que gostava de margaridas e queria uma bicicleta desaprendeu um bocado de coisas. Desaprendeu a sorrir. Foi quando resolveu chorar. Chorar não sabia mais.
Desaprendeu a correr, então decidiu andar apenas . Andar já não sabia. Sentou. Sentou porque desaprendeu a deitar e dormir e acordar.
Pois que já vivia acordada (acordada no sentido de estar de acordo, de acordo com um tantão de coisas que nem concordava).
A menina que um dia era só sonhos se perdeu pelo caminho. Mas ninguém sabia. Disfarçava bem, a danada. Maquiada e arrumada, como se todos os dias fossem sábado à tarde, e todos os domingos fossem felizes. E todas as luas cheias. E todas as noites, cinema.
"As árvores morrem de pé". Ainda estava viva, com poucas folhas, é bem verdade.
Mas com uma tristeza tão bela, mas tão bela, que dava gosto de ver...

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